O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), anunciou nesta terça-feira (21) o aumento no repasse de verbas do governo estadual para o hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), administrado pela Prefeitura de Fortaleza. Conforme o gestor, os repasses vão subir de R$ 72 milhões para R$ 120 milhões, um incremento de quase R$ 50 milhões.
O valor anunciado por Elmano significa um aporte mensal extra de R$ 4 milhões para o IJF. O anúncio é mais uma medida para refrear a crise enfrentada pelo hospital, que se estende há meses, com atrasos nos pagamentos, falta de remédios e de alimentos.
Conforme o novo prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), a gestão do prefeito José Sarto deixou uma dívida no IJF que gira em torno de R$ 100 milhões.
Em dezembro de 2024, o Ministério da Saúde fez uma liberação de emergencial de R$ 9,6 milhões para a unidade de saúde, que é a principal referência em traumatologia no Ceará, e atende pacientes de dezenas de municípios.
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Prefeito eleito Evandro Leitão diz que dívidas com o IJF somam R$ 100 milhões em Fortaleza
Os problemas na unidade, principal hospital de urgência e emergência do Ceará, afetaram pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde nos últimos meses, e chegaram a causar paralisação por parte dos servidores.
Um relatório do Conselho Municipal de Saúde mostra um déficit financeiro na unidade entre 8 a 10 milhões de reais por mês. Por ano, o IJF custa um total de R$ 866 milhões aos cofres da Prefeitura, Estado e União, sob gestão do Executivo Municipal.
Denúncias recebidas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) mostraram que, em novembro de 2024, 74,4% do estoque de medicamentos do IJF estava zerado. Isso representa 279 dos 375 medicamentos listados.
Já em relação a insumos médicos, como agulhas, sondas, drenos, fios de sutura, entre outros, 263 dos 513 itens estariam faltando na época, o que representa 51,26% do estoque.
No dia 12 de dezembro, a crise no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, ganhou mais um capítulo com a paralisação de parte dos funcionários do hospital. Servidores e acompanhantes de pacientes se uniram e foram até a porta da unidade reclamar das condições do local.
Testemunhas relataram à TV Verdes Mares que está faltando alimentação para os pacientes e acompanhantes e faltando medicação para as pessoas atendidas.
“Uma criança que está aqui doente, como é que ela vai se recuperar sem alimentação, sem medicamento, sem o enfermeiro comer?”, disse uma fonte que preferiu não ser identificada.
O problema vinha sendo denunciado desde novembro, quando pacientes e servidores procuraram a TV Verdes Mares para denunciar a alimentação do local, que seria de má qualidade, em quantidade insuficiente, com pouca variedade. Além disso, itens como frutas, teriam sido cortados do cardápio.
No dia 13 de dezembro, o MPCE instaurou inquérito civil público após receber denúncias sobre a falta de alimentos no IJF, relatado por pacientes e funcionários na última semana. Segundo o órgão, a Secretaria Municipal da Saúde recebeu prazo de 72 horas para responder ao MP.
g1