Procon-SP quer proibir pagamento na entrega para apps de delivery
O órgão de defesa do consumidor de São Paulo (Procon-SP) estuda a hipótese de acabar com o pagamento de delivery no momento de entrega do pedido, segundo anúncio nesta quinta-feira (29). O motivo é o aumento das reclamações formais de golpes aplicados por entregadores de aplicativos de delivery. Segundo o Procon-SP, durante os meses de janeiro a julho, foram registrados 341 atendimentos contra as empresas iFood, Rappi e Uber Eats, em comparação com 144 no mesmo período do ano passado. O dado mostra um aumento de 136% nas reclamações.
O Procon-SP tem alertado os consumidores a dois tipos de golpe, principalmente. Um deles é conhecido como a “filmagem do cartão”. Nesse caso, o entregador filma a frente e o verso do cartão com a desculpa de conseguir sinal para a máquina para conseguir fazer a cobrança. O outro é chamado de “golpe da maquininha”. Nele, os entregadores usam maquininhas de cartão com o visor danificado para digitar um valor acima da compra sem que o cliente perceba que está pagando uma quantia bem superior pela mercadoria.
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De acordo com o Procon-SP, os denunciantes reclamam que os valores debitados no cartão excedem o preço do pedido no aplicativo. Os consumidores só descobrem que foram enganados após a efetivação do pagamento. Os clientes também reclamam da falta de retorno das empresas responsáveis, já que não resgatam o valor mesmo após explicarem a situação e reclamarem sobre o ocorrido.
A ideia do Procon-SP é acabar com a cobrança na hora da entrega e deixar apenas no online o pagamento de compras feitas em aplicativos de delivery. “Diante da explosão de golpes aplicados na entrega de mercadorias por delivery, o Procon-SP estuda medidas para que as empresas proíbam qualquer tipo de cobrança por cartão no ato da entrega”, diz o diretor-executivo do Procon-SP Fernando Capez, em nota da assessoria de comunicação do órgão de defesa do consumidor.
Segundo o órgão, os valores denunciados pelos consumidores durante a pandemia (2020-2021) somam mais de R$ 1,3 milhão. As 341 denúncias feitas de janeiro a julho deste ano resultam em um prejuízo de mais de R$ 650 mil aos consumidores. Desse valor, R$ 289 mil foram de clientes do iFood, R$ 253 mil do Rappi e R$ 110 mil do Uber Eats.
A orientação do Procon é que os usuários de serviços de delivery realizem os pagamentos dos pedidos no próprio aplicativo. Caso optem por pagar na entrega, é recomendado nunca entregar o cartão aos entregadores. O órgão também direciona o cliente a não usar maquininhas com o visor quebrado ou que não permita a leitura dos dados.
Com informações de Procon-SP
