Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina, rebate Bolsonaro

Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina, rebate Bolsonaro

Na manhã desta segunda-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro disse que foi a revista Exame que falou sobre relação entre vacina contra a Covid-19 e a Aids. O presidente afirmou que foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina.

Na quinta-feira (23), durante sua live semanal, Bolsonaro associou a vacina contra a covid-19 à Aids, mas não mencionou a revista Exame.

Por causa da relação entre os imunizantes e a doença, o Facebook removeu, no domingo (24), o vídeo da live do presidente. Na transmissão ao vivo, Bolsonaro leu uma suposta notícia que diz que pessoas no Reino Unido “vacinadas [contra a covid-19] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [aids]”.

“Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina. Eu apenas falei sobre a matéria da Revista Exame. E 2 dias depois a Exame me acusa de ter feito fake news sobre HIV e vacina. A gente vive com isso o tempo todo. Se for pegar certos órgãos de impressa, são fábricas de fake news”, disse Bolsonaro nesta manhã em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul.

A matéria original sobre o assunto foi publicada em 20 de outubro de 2020 pela Exame. O estudo publicado no jornal científico The Lancet, no dia 19 de outubro de 2020, diz que, para alguns pesquisadores, algumas vacinas contra a Covid-19 usam um adenovírus específico no combate ao vírus SARS-CoV-2 podem aumentar o risco de que pacientes sejam infectados com HIV, o vírus da Aids — para isso, a pessoa precisa ser exposta ao vírus.

O estudo é de autoria do pesquisador Lawrence Corey, especialista do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, nos Estados Unidos.

A pesquisa aponta ainda que a infecção por HIV pode ser facilitada caso o paciente vacinado tenha recebido uma dose contendo o adenovírus de número 5 (Ad5).

“A possibilidade de testar vacinas baseadas em Ad5 em estados o HIV ainda é uma praga deve ser avaliada cuidadosamente”, relatou o pesquisador no estudo. Vale lembrar que a covid-19 usa uma estratégia similar a da Aids para propagar a infecção.

Os cientistas da pesquisa se baseiam em análises feitas ainda em 2007 para a tentativa de criação de uma vacina contra a própria HIV e que também foi baseada no adenovírus 5. Na ocasião, a pesquisa foi interrompida porque os resultados iniciais mostravam que a própria vacina ironicamente parecia aumentar o risco dos voluntários contraírem a doença.

A OMS já negou a relação da vacina com a transmissão do vírus da aids e reforçou a necessidade dos portadores da doença se vacinarem contra a covid-19.

Fonte: Terra Brasil Notícias

Valdecir Pereira

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