Empresa de avião que levava Marília Mendonça é investigada por excesso de jornada de trabalho

Empresa de avião que levava Marília Mendonça é investigada por excesso de jornada de trabalho

O Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT) vai investigar se a empresa dona do avião que caiu com a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas descumpria legislações trabalhistas. O órgão quer saber se os pilotos da PEC Táxi Aéreo têm jornadas extenuantes e trabalham cansados, conforme denúncia. As informações são do G1.

Funcionários da empresa devem ser ouvidos já na próxima semana. Não é possível, contudo, relacionar esse indício como uma causa do acidente até que a apuração esclareça o que provou esta tragédia.

Segundo procurador-chefe do Trabalho disse ao G1, Alpiniano do Prado Lopes, em maio deste ano, foi recebida uma informação anônima de que a empresa não respeitava horários de trabalho.

Conforme a denúncia, os pilotos voavam mais do que o recomendado e não havia local adequado para descanso da tripulação.

Diante das acusações, o MPT abriu um inquérito civil para investigar os fatos. Em junho, no entanto, a empresa negou as irregularidades ao órgão.

 

“Eles alegaram que o pouco que tinha era devido ao transporte de passageiros e medicamentos durante a pandemia de Covid-19”, disse o procurador-chefe.

 

 

Devido ao acidente, afirmou, as investigações serão aceleradas.

Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB)  responsável por investigar acidentes e incidentes de aviação, ainda apuram as razões da queda, mas já se sabe que a aeronave colidiu com fios de alta tensão antes de cair.

JORNADA EXTENUANTE AFETA TRABALHO

Segundo o procurador, a denúncia “mais preocupante é a questão do descanso”.

“Se o piloto trabalha sem descanso, um excesso de jornada, se não tem como ficar bem alojado, isso pode trazer problemas, consequência”, aponta.

“Não sei se o fato foi exatamente o cansaço, isso ainda será investigado, se o acidente está vinculado ao excesso de jornada e cansaço do piloto. Se tiver, demonstra que há um problema e isso vai ser investigado”, afirmou.

 

Ele explicou que, devido ao acidente com a Marília Mendonça, as investigações serão aceleradas. Funcionários da empresa devem ser ouvidos na próxima semana.

PILOTO ERA EXPERIENTE E ESTAVA DE FÉRIAS

O piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, que comandava o avião, tinha cerca de 30 anos de experiência como piloto e chegou a fazer carreira na aviação comercial, segundo familiares.

Ele estava aposentado, mas voltou a atuar na profissão e, mais recentemente, pilotou diversos voos para levar insumos, oxigênio e vacinas até Manaus (AM), uma das cidades mais atingidas pela Covid-19 no País.

O copiloto Tarciso Pessoa Viana, de 37 anos, trabalhava profissionalmente há 12 anos.

Conforme relatos, o piloto Medeiros Júnior estava de férias quando precisou atender ao voo da cantora.

Segundo o irmão dele, Antônio Helder, outros dois pilotos da empresa para a qual o irmão trabalhava, a PEC Taxi Aéreo, pediram demissão. “Ele teve que ir fazer esse voo”, lamentou.

Diário do Nordeste

Valdecir Pereira

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